Segredos dos Pinguins: Chega a nova e reveladora docussérie da National Geographic com James Cameron como produtor executivo

21/04/2025 11:28 AM EDT
Segredos dos Pinguins
Segredos dos Pinguins

Os pinguins são presenças habituais em jardins zoológicos, aquários e em inúmeros filmes, parecendo familiares e fáceis de compreender. No entanto, sob esta aparência familiar, esconde-se um mundo de surpreendente complexidade, resiliência e luta, grande parte do qual permaneceu oculto até agora. A ambiciosa minissérie documental de três episódios da National Geographic, “Segredos dos Pinguins”, desvenda as camadas que envolvem estas adoradas aves, revelando comportamentos surpreendentes nunca antes captados em filme e transmitindo uma mensagem comovente sobre a sua luta pela sobrevivência num planeta em rápida evolução.

Lançada por volta do Dia da Terra de 2024, precisamente duas décadas depois de o icónico e vencedor de um Óscar «March of the Penguins» ter cativado o público em todo o mundo, esta nova série pretende redefinir a nossa compreensão destas criaturas. Constitui o mais recente capítulo da franquia «Secrets of…» da National Geographic, vencedora de um Emmy, que anteriormente explorou as vidas ocultas de baleias, elefantes e polvos. Apoiada pelo formidável poder de produção do explorador da National Geographic e cineasta vencedor de um Óscar James Cameron, e narrada pela atriz Blake Lively, a série aproveita o significativo poder das estrelas e a confiança que a marca Nat Geo inspira.

Um mundo de pinguins: para lá do gelo antártico

“Segredos dos Pinguins” quebra imediatamente a imagem monolítica do pinguim confinado às paisagens geladas da Antártida. A série embarca numa expedição global que mostra a extraordinária diversidade da família dos pinguins e a sua surpreendente capacidade de adaptação a ambientes muito diferentes.

Enquanto os majestosos pinguins-imperador (Aptenodytes forsteri), a espécie maior e talvez mais icónica, ocupam um lugar de destaque no seu extremo lar antártico (filmado em locais como a baía de Atka e a plataforma de gelo Ekström), a narrativa estende-se muito para lá do gelo polar. Os espectadores viajam até ao equador para contemplar os pinguins-das-galápagos (Spheniscus mendiculus) a prosperar entre rochas vulcânicas e cactos, empregando estratégias de sobrevivência únicas no seu habitat tropical.

A série aventura-se nas costas de África, revelando os pinguins-africanos (Spheniscus demersus) a navegar entre os desafios das grutas desérticas da Namíbia e as movimentadas ruas perto da Cidade do Cabo, na África do Sul. Mais a sul, no tempestuoso oceano Austral, a atenção centra-se nos “rebeldes” e “ousados”: os pinguins-papua (Pygoscelis papua), os pinguins-saltador-da-rocha (Eudyptes chrysocome/chrysolophus) e os pinguins-macaroni (Eudyptes chrysolophus), filmados em ilhas remotas e fustigadas pelo vento, como a Geórgia do Sul. Até os pinguins-adélia (Pygoscelis adeliae) fazem a sua aparição, principalmente no contexto da sua vulnerabilidade às alterações climáticas da Antártida.

Esta demonstração deliberada da diversidade geográfica e de espécies tem um propósito narrativo crucial. Ao apresentar pinguins a prosperar — ou a lutar pela sobrevivência — em desertos, trópicos e periferias urbanas, a série contraria ativamente o estereótipo simplista e gelado. Reenquadra a adaptabilidade e a engenhosidade, e não apenas a tolerância ao frio, como características definidoras dos pinguins, o que força o público a reconsiderar a sua compreensão destas aves.

Maravilhas nunca vistas: desvendando os segredos dos pinguins

“Segredos dos Pinguins” oferece imagens verdadeiramente inovadoras, que capturam comportamentos até agora desconhecidos ou sobre os quais os cientistas apenas tinham especulado.

A revelação mais divulgada é o espantoso salto no vazio dos pinguins-imperador. Filmada na baía de Atka, na Antártida, a sequência documenta como centenas de juvenis, após tomarem um «rumo errado» na sua primeira viagem ao mar, se juntam à beira de um precipício de gelo com 15 metros de altura. Este comportamento, nunca antes filmado para a televisão, mostra os juvenis a lançarem-se no oceano gelado que se encontra muito abaixo, naquele que é o seu primeiro mergulho.

Outro «segredo» notável é a prática parental dos pinguins-imperador. As câmaras capturam casais emparelhados, possivelmente aqueles que não tiveram sucesso na reprodução nessa estação, a praticar meticulosamente a delicada transferência de um pedaço de gelo ou neve do tamanho de um ovo entre as suas patas. Este aparente ensaio realça a sua inventividade social e capacidade de planeamento, demonstrando a sua capacidade de aprendizagem e preparação para melhorar o sucesso reprodutivo no futuro.

A série também revela as astutas táticas dos pinguins-das-galápagos, que são observados a «atacar» aves maiores, como pelicanos, e a arrebatar-lhes o peixe diretamente do bico para agilizar o processo de caça. Além disso, documenta as estratégias de caça cooperativa entre pinguins com bandas (como os africanos ou os das Galápagos), em que grupos trabalham juntos para reunir os peixes em densas «bolas de isco», o que aumenta drasticamente o seu sucesso na procura de alimento em comparação com a caça solitária.

Estes comportamentos documentados, juntamente com outras habilidades sociais recentemente observadas e «laços de amizade reveladores», oferecem novos e significativos conhecimentos sobre a inteligência, a complexidade social e a adaptabilidade dos pinguins.

A produção contou com a estreita colaboração de mais de 70 cientistas de todo o mundo, cujas investigações forneceram frequentemente as pistas iniciais que guiaram os cineastas para a descoberta destes aspetos ocultos da vida dos pinguins.

A épica jornada por trás da câmara: capturando os segredos

Levar estes segredos para o ecrã foi uma tarefa monumental que exigiu um compromisso extraordinário, tecnologia de ponta e uma imensa paciência por parte da equipa de produção. A série foi filmada durante dois anos em todo o mundo, com a participação de uma vasta equipa internacional de cineastas e cientistas.

A magnitude do trabalho de campo é patente no primeiro episódio, centrado nos pinguins-imperador. Capturar a sua história exigiu a espantosa cifra de 274 dias de filmagem na inóspita plataforma de gelo Ekström, na Antártida, uma duração que supera em muito as filmagens habituais de vida selvagem, que geralmente duram entre quatro e seis semanas. Uma equipa de três pessoas suportou este longo período em condições de isolamento extremo e condições adversas, acampando perto da colónia de 20 000 pinguins. Este imenso investimento de tempo, repetidamente destacado pelo diretor de fotografia Bertie Gregory, foi considerado essencial para ganhar a confiança, compreender os ritmos dos animais e estar presente em momentos imprevisíveis e únicos.

A produção foi uma colaboração entre a National Geographic e a premiada produtora Talesmith, conhecida por expandir os limites da narrativa com novas tecnologias. A empresa Lightstorm Earth, de James Cameron, também contribuiu para a supervisão da produção executiva.

Bertie Gregory está no centro de tudo, diretor de fotografia de vida selvagem vencedor de um prémio BAFTA e um Emmy e explorador da National Geographic. Gregory é o narrador principal e guia os espectadores pelo mundo dos pinguins com um entusiasmo contagiante e a sua vasta experiência. A série é narrada por Blake Lively e Serena Davies é a produtora da série.

A inovação na tecnologia de filmagem foi fundamental. Os avançados drones revelaram-se indispensáveis, especialmente para capturar eventos como o salto do precipício. A melhoria dos tempos de voo permitiu às equipas permanecer no ar durante horas, esperando pacientemente que a ação se desenrolasse, enquanto as potentes objetivas com zoom permitiram filmar à distância, minimizando o incómodo para a fauna. Gregory afirmou categoricamente que filmar o salto do precipício teria sido impossível sem os drones.

Ao contrário de muitos animais selvagens receosos, os pinguins na maioria dos locais carecem de predadores terrestres e frequentemente não se perturbam com a presença humana. Esta característica biológica única permitiu aos cineastas aproximarem-se excecionalmente com lentes grande angulares, capturando emoções e detalhes crus num estilo que Gregory compara à filmagem de um drama humano. Esta combinação do uso da tecnologia para a observação à distância (drones) e o aproveitamento da audácia natural do sujeito para obter primeiros planos e perspetivas íntimas define a linguagem visual distintiva da série, que oferece tanto um grande espetáculo como uma ligação pessoal. Outras adaptações tecnológicas incluíram o teste de câmaras em congeladores e o uso de cabos modificados e resistentes para o frio extremo da Antártida, juntamente com o emprego de Internet por satélite Starlink e sistemas de dados personalizados para transmitir as imagens de locais remotos.

Os desafios eram imensos: lutar contra o frio extremo, navegar pelo traiçoeiro gelo marinho, suportar um isolamento prolongado e aceder a locais incrivelmente remotos, como ilhas desabitadas do oceano Austral, a que se demorava semanas a chegar.

Pinguins na linha da frente: uma história sobre as alterações climáticas

“Segredos dos Pinguins” não foge às duras realidades que enfrentam os seus protagonistas. As alterações climáticas estão entrelaçadas na trama narrativa, apresentadas não como uma ameaça distante, mas como um desafio imediato e existencial. Como afirma sem rodeios James Cameron: «Não se podem estudar os pinguins sem nos depararmos com as alterações climáticas». Bertie Gregory observa que esta realidade é ainda mais evidente nesta série do que nas anteriores edições de «Secrets of…», dado que muitas espécies de pinguins habitam em regiões polares e ambientes costeiros marginais muito vulneráveis ao aquecimento.

Os espectadores testemunham como os juvenis de pinguins-imperador lutam para navegar entre o gelo marinho que ameaça arrastá-los antes de estarem prontos para nadar. É estabelecida uma ligação explícita entre o acelerado degelo da Antártida e a sobrevivência de espécies que dependem do gelo, como os pinguins-imperador e adélia, fazendo referência às devastadoras mortes em massa de juvenis relacionadas com a perda de gelo. Também são mostrados pinguins a procurar lares adequados em paisagens alteradas pelas condições ambientais em mudança.

É sublinhado o precário estado de conservação de muitas espécies de pinguins: mais de metade das 18 espécies do mundo estão atualmente classificadas como em perigo de extinção ou vulneráveis. As perspetivas para os pinguins-imperador são especialmente sombrias, já que as projeções científicas alertam que até 70 % das colónias poderão desaparecer até 2050, o que poderá levar à extinção da espécie até 2100 se persistirem as tendências atuais de aquecimento. Este sombrio prognóstico confere urgência à missão de documentar as suas vidas agora. À ameaça da perda de habitat soma-se o aparecimento de doenças como o vírus da gripe aviária H5N1, que causou surtos devastadores nas colónias antárticas, colocando os pinguins na perigosa encruzilhada das alterações climáticas e dos riscos de pandemia.

Aves resilientes no limite

“Segredos dos Pinguins” alcança uma síntese notável: oferece as imagens impressionantes e o carisma que se esperam de um grande documentário sobre a vida selvagem, ao mesmo tempo que expande os limites da descoberta científica e da narrativa íntima. A série equilibra os momentos de admiração — a inteligência inesperada, as surpreendentes adaptações, os ternos laços familiares — com a dura realidade da sobrevivência em ambientes ameaçados.

Através da envolvente orientação de Bertie Gregory e da narração de Blake Lively, os espectadores chegam a ver os pinguins não apenas como curiosidades adoráveis, mas como os «animais incrivelmente resistentes, resilientes e adaptáveis» que Gregory descreve, que vivem «no limite da sua existência».

Que o desfrutem.

Onde ver “Segredos dos Pinguins” (consoante a sua localização)

Disney+

hulu

Fubo

Deixe um comentário

Your email address will not be published.