«Baramulla»: A equipa de ‘Article 370’ apresenta um thriller sobrenatural sobre os medos internos e os mistérios de Caxemira

O novo filme da Netflix, realizado por Aditya Suhas Jambhale e protagonizado por Manav Kaul, explora o desaparecimento de crianças e uma presença paranormal inquietante num vale marcado por segredos.

Baramulla
Martha O'Hara
Martha O'Hara
Editora da MCM: arte, espectáculos, natureza e cinema.

Um novo thriller sobrenatural, «Baramulla», tem estreia marcada na Netflix. O filme utiliza os vales “de uma beleza inquietante” da Caxemira, cobertos de névoa e neve, como cenário principal para uma história que promete uma “experiência cinematográfica arrepiante”.

O filme é definido como uma mistura de géneros que funde o thriller sobrenatural com o mistério, o drama e uma intensa tensão psicológica. A trama desenrola-se na cidade de Baramulla, um local descrito como um ambiente onde “mitos e sussurros se misturam com a realidade”, e onde a paz da comunidade é quebrada.

A narrativa, realizada por Aditya Suhas Jambhale, arranca com um evento alarmante: o misterioso desaparecimento de uma criança. Este evento inicial, que alegadamente ocorre durante um espetáculo de magia, desencadeia uma “arrepiante cadeia de eventos” que perturba o vale.

A Trama: Uma Dupla Investigação (O Vale e a Casa)

A história de «Baramulla» opera em duas frentes simultâneas: uma investigação criminal sobre uma série de desaparecimentos e um inquietante evento sobrenatural que ocorre dentro da casa do protagonista.

O Caso: O Desaparecimento das Crianças

O filme segue o DSP Ridwaan Shafi Sayyid, um oficial da polícia descrito como “duro”, “disciplinado” e atormentado pelos seus próprios “demónios”. A personagem é interpretada pelo ator Manav Kaul.

Ridwaan é transferido ou convocado para a cidade de Baramulla com a tarefa específica de investigar uma perturbadora série de desaparecimentos de crianças que abalou a comunidade local.

À medida que Ridwaan aprofunda o caso, vê-se envolvido numa complexa “teia de segredos”. A investigação obriga-o a navegar pelo folclore local, verdades ocultas e as “tensões sociopolíticas” subjacentes da região. Em breve, ele enfrenta uma escuridão que parece desafiar toda a explicação lógica.

O Horror: A Presença em Casa

Paralelamente à investigação oficial, desenrola-se uma trama de terror mais pessoal e íntima. O DSP Ridwaan muda-se para Baramulla com a sua família, que inclui a sua esposa Gulnaar (interpretada por Bhasha Sumbli) e os seus dois filhos, Noorie (Arista Mehta) e Ayaan (Rohaan Singh).

A família instala-se numa “casa velha e decrépita”, onde quase imediatamente começa a experienciar uma série de “eventos estranhos e inexplicáveis”. Estes fenómenos paranormais manifestam-se de formas sensoriais específicas: a família ouve “passos fantasma” à noite, sussurros inexplicáveis e sente “presenças invisíveis”. Um dos detalhes mais perturbadores é o cheiro de “um cão que não está lá”, relatado tanto pela esposa como pelos filhos.

Gulnaar é a primeira a convencer-se de que existe uma “presença inquietante” ou uma “entidade invisível” na casa. A vida da família mergulha numa espiral perturbadora onde a linha entre a realidade, a alucinação e o sobrenatural começa a esbater-se.

Embora Ridwaan, no seu papel de polícia lógico, inicialmente “ignore as ansiedades” da sua família, a “evidência crescente” dentro da sua própria casa força-o a confrontar a possibilidade aterradora de que os dois casos — o das crianças desaparecidas no vale e a presença na sua casa — possam estar ligados.

A Equipa Criativa e a Visão do Realizador

«Baramulla» reúne vários membros-chave da equipa criativa por trás do thriller político Article 370, marcando uma viragem deliberada desse género para o horror sobrenatural.

O Realizador e a Transição de Género

O filme é realizado por Aditya Suhas Jambhale, que também co-escreveu o argumento. A equipa de argumentistas inclui Aditya Dhar e Monal Thaakar.

A produção está a cargo de Jyoti Deshpande (Jio Studios), juntamente com Aditya Dhar e Lokesh Dhar (B62 Studios). Esta é a segunda colaboração entre a Netflix e as produtoras após a comédia romântica Dhoom Dhaam.

Uma Declaração Contra o “Terror Barulhento”

Em declarações sobre o filme, a equipa criativa enfatizou o foco na profundidade psicológica em vez de sustos superficiais. O realizador Aditya Suhas Jambhale explicou que, embora a história comece como um thriller de mistério, “lentamente nos puxa para algo muito mais emocional e psicológico”.

Jambhale definiu o tema central do filme como “o medo, não apenas o tipo que se esconde na escuridão, mas o tipo que vive dentro de nós, o medo daquilo que a mente se recusa a aceitar”.

Esta visão é partilhada pelo ator principal, Manav Kaul. Kaul descreveu a abordagem do filme como “não um terror barulhento” (loud horror). Em vez disso, afirmou que é “do tipo que se entranha em nós, onde o silêncio pesa mais do que o som”.

Jambhale também expressou a sua opinião sobre a indústria cinematográfica indiana, destacando a necessidade de “estabelecer tendências em vez de as seguir”. Ele apontou uma tendência na indústria de replicar fórmulas que funcionaram, como as comédias de terror, em vez de assumir riscos criativos. O realizador sugeriu que muitos fracassos cinematográficos se devem a uma “escrita fraca” e que “a maioria dos problemas está no papel”.

Ao elogiar filmes como Kantara por impulsionar o “folclore e esse aspeto cultural” do país para o mainstream, Jambhale posicionou «Baramulla» como uma tentativa de abordar o género de terror de uma forma mais substantiva. O objetivo declarado é “redefinir o género do thriller indiano” e explorar o terror através da “emoção humana” e do trauma.

O Cenário como Entidade: Caxemira

Um elemento central recorrente na descrição do filme é a importância do seu cenário. A equipa criativa foi enfática ao afirmar que a localização é mais do que um simples pano de fundo.

Aditya Suhas Jambhale declarou: “Caxemira não é apenas o cenário; é uma personagem viva, que respira e que molda cada momento e cada mistério.” O realizador expressou a sua esperança de que o público “sinta o pulso do vale e a humanidade no coração desta viagem”.

A paisagem da Caxemira, frequentemente retratada pela sua beleza pitoresca, é usada nesta narrativa para inspirar sentimentos de “solidão e terror”.

Esta ligação ao local é profundamente pessoal para o ator principal, Manav Kaul, que é originário da cidade de Baramulla. Kaul mencionou que o argumento pareceu “um sinal do universo para contar as histórias do vale com honestidade” e sinceridade.

Ficha Técnica e Elenco

O elenco principal de «Baramulla» é liderado por Manav Kaul no papel do DSP Ridwaan Shafi Sayyid. A ele junta-se Bhasha Sumbli, conhecida pela sua atuação em The Kashmir Files, que interpreta Gulnaar, a esposa de Ridwaan.

Os papéis dos filhos do casal, Noorie e Ayaan, são interpretados por Arista Mehta e Rohaan Singh (também creditado como Singh Rohaan), respetivamente.

O elenco de apoio inclui Neelofar Hamid (como Zainab), Mir Sarwar (como Ansari), Vikas Shukla (como Shaukat), Masoom Mumtaz Khan, Kiara Khanna, Ashwini Koul e Shahid Latief.

Quanto à equipa técnica e criativa, além da realização de Aditya Suhas Jambhale, o argumento foi co-escrito por Jambhale, Aditya Dhar e Monal Thaakar. A produção está a cargo de Jyoti Deshpande (Jio Studios), juntamente com Aditya Dhar e Lokesh Dhar (B62 Studios). A equipa completa-se com Arnold Fernandes na direção de fotografia e Shivkumar V. Panicker na montagem. A distribuição global do filme está a cargo da Netflix.

Disponibilidade

O filme estreia na Netflix a 7 de novembro.

Partilhar este artigo
Sem comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *