“Cottontail” Crítica do Filme: Uma Emocionante História Sobre o Tempo e as Relações Familiares

Uma história triste e comovente daquelas que não precisam apelar para o pranto fácil: “Cottontail” é uma trama com personagens complexos que se escondem em si mesmos, ao mesmo tempo que uma história sobre a passagem do tempo, uma relação entre pai e filho, rompida há muitos anos. Uma história lenta, pausada, narrada com um senso de ritmo parsimonioso que, no entanto, revela a história de uma vida que, pouco a pouco, começa a emergir novamente na forma de memórias.

Enredo

Um homem chamado Kenzaburo, que acaba de perder sua esposa, Akiko, viaja para a Inglaterra para espalhar suas cinzas num lago especial para ela. Ao longo da jornada, a família se reencontra, tendo também que lidar com suas diferenças geracionais.

Cottontail
Cottontail

“Cottontail”: um filme muito humano o tempo todo

Uma história sobre a vida, a morte e o tempo passado. “Cottontail”, no entanto, é um filme muito íntimo sobre personagens que se sentem desconfortáveis ao falar de sentimentos, mas que, no entanto, são compelidos a enfrentar o grande e temível sentimento: a morte.

No entanto, não é narrado como um melodrama clássico. Não busca enfatizar o drama, mas sim um ritmo natural, calmo, onde os atores ganham todo o protagonismo. Procura a todo momento não forçar situações ou diálogos, mostrando um equilíbrio pausado, muito reflexivo.

Não é um filme de grandes sequências, mas “Cottontail” é um filme que consegue narrar uma grande história de forma simples, muito próxima e, acima de tudo, natural e acessível ao espectador. Tem muitas histórias grandes e pequenas para contar, a de uma vida inteira de casamento e a de um pai e um filho que, em algum momento, seguiram caminhos diferentes.

Duas grandes virtudes: os atores e sua abordagem

Sem dar spoilers, mas é mais um hino à vida do que um drama, mais um filme sobre a beleza da vida do que sobre a tristeza da morte. Os responsáveis: os atores.

No papel principal, temos Lily Franky, um ator veterano que sabe enfrentar o desafio e sabe compor um personagem complexo: é a história de uma redenção, de uma jornada de aceitação e superação. Ele tem um grande desafio, mas também um grande personagem, e Franky faz deste um filme que gira em torno dele e que, no entanto, não ofusca nem exagera. Uma atuação natural, doce e próxima.

Ryo Nishikido interpreta o papel de Toshi. Um papel que se distancia de suas interpretações recentes: o jovem ator também se sai bem num papel dramático e sabe como delinear um personagem que, embora não seja o principal, complementa uma história que, sem ele, também não funcionaria.

E não podemos esquecer da esposa, Akiko, interpretada por Tae Kimura: triste, dramática. Ela tem poucas cenas, mas os flashbacks de seu personagem são o eixo em torno do qual a história gira. Ela faz jus ao personagem em suas aparições.

Nossa opinião

Mais reflexiva do que dramática, um filme de sentimentos terríveis contado com reflexão e maturidade.

“Cottontail” sabe transmitir muita esperança em um filme que trata da morte.

Martin Cid
Martin Cid
Escritor, fumador de cachimbo e fundador da MCM
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