“Mundos Solitários” estreia na Netflix: Será mais uma comédia romântica num cenário exótico para uma noite de sexta-feira?

“Mundos Solitários” é um filme protagonizado por Laura Dern e Liam Hemsworth. Foi escrito e realizado por Susannah Grant.

As comédias românticas com cenários exóticos são como as festas de Natal: todas se parecem entre si com ligeiras variações, mas, ano após ano, continuam a cativar-nos, levando-nos a repetir o mesmo ciclo de filme após filme, mantendo-se fiel a um esquema já cansativo.

“Mundos Solitários” é um desses filmes que, por tanto repetir fórmulas, não ficará gravado na nossa memória além do tempo do visionamento: absolutamente clichê, respeitando rigorosamente os padrões estabelecidos do género e apresentando dois atores renomados num cenário encantador.

Reconheçamos: de tantas vezes que este modelo foi repetido, foi aperfeiçoado a tal ponto que é quase impossível dizer algo novo sobre ele.

A narrativa leva-nos a um retiro de escritores, onde uma autora desiludida e pouco sociável (Laura Dern) conhece um bancário que se sente deslocado num retiro dedicado apenas a romancistas (Liam Hemsworth).

Entre o tédio, a hospitalidade das pessoas e o exotismo da paisagem… uma coisa leva a outra e surge aquela atração inevitável entre sexos opostos.

“Mundos Solitários” apresenta personagens razoavelmente convincentes que se adaptam bem ao molde genérico destas produções. Os atores têm uma química inegável e sabem representar (disso ninguém duvida), o guião é bem escrito e desenvolve corretamente os tempos exigidos… Tudo nos conformes.

Contudo, surpreende, chama a atenção, faz-nos querer vê-lo novamente? Não, de forma alguma, e é por isso que “Mundos Solitários” se transforma, pela necessidade inerente ao próprio género, num produto a mais que, apesar de não ser mau, vai apenas aumentar a lista de comédias românticas exóticas. Funcionou para William Wyler em “Roman Holiday” (1953) e o esquema tem sido repetido e aperfeiçoado desde então.

Como é costume na plataforma de streaming, aqui também há uma mensagem: a idade não importa. Desta vez, a mensagem é mais ou menos tradicional e está alinhada com a linha social da plataforma e o público que deseja atrair.

Como filme, “Mundos Solitários” acrescenta muito pouco ao género e ainda menos à cinematografia em geral, transformando-se num produto de consumo rápido e esquecimento ainda mais veloz.

Desfrutai, pois até na duração é genérica: uma hora e meia.

Onde assistir “Mundos Solitários”

Netflix

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