A tecnologia quântica está a revolucionar o panorama global, com países a esforçarem-se para aproveitar o seu potencial transformador. Um recente relatório da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia, publicado pelo seu Centro de Investigação da Ásia e Pacífico (APRC) em março de 2023, oferece uma análise abrangente dos avanços da região Ásia-Pacífico neste campo emergente.
O Japão destaca-se como um líder regional, impulsionado por fortes iniciativas governamentais como a “Estratégia de Tecnologia e Inovação Quântica”. Com mais de 13.000 artigos publicados sobre tecnologia quântica entre 1990 e 2021, o país demonstra um compromisso significativo com a investigação e desenvolvimento nesta área. Instituições como RIKEN, AIST, Universidade de Tóquio e Universidade de Osaka lideram a investigação quântica, enquanto centros de inovação fomentam a colaboração entre a academia e a indústria.
A China emerge como uma força dominante, tendo publicado mais de 27.000 artigos sobre tecnologia quântica no mesmo período. O país reforça a sua posição através de estratégias nacionais abrangentes, como o 14º Plano Quinquenal e o Plano de Inovação Científica e Tecnológica. Segundo o APRC, o investimento da China em tecnologias quânticas, juntamente com as suas políticas estratégicas, posiciona o país como um dos principais atores na arena global de investigação quântica.
A Índia, através da sua Missão Nacional em Tecnologias e Aplicações Quânticas, publicou aproximadamente 6.000 artigos sobre tecnologia quântica entre 1990 e 2021. O país está empenhado em avançar tanto na investigação básica como na aplicada neste campo. A Austrália, com mais de 4.000 artigos publicados, está a fazer investimentos significativos nos fundamentos quânticos.
A Coreia do Sul, com 3.443 artigos publicados, planeia desenvolver um computador quântico de 50 qubits até 2024, como parte do seu Projeto de Desenvolvimento de Tecnologia de Computação Quântica. Singapura e Taiwan, com 2.399 e 2.116 artigos publicados respetivamente, estão a avançar as suas capacidades de investigação quântica através de programas apoiados pelo governo e colaborações estratégicas.
O APRC enfatiza que a colaboração além-fronteiras é crucial para o avanço das tecnologias quânticas, e os países da região Ásia-Pacífico estão cada vez mais envolvidos no estabelecimento de iniciativas conjuntas de investigação. Colaborações notáveis incluem as experiências de teletransporte quântico da China com a Universidade de Viena, a colaboração governamental da Austrália com os EUA e o Reino Unido, e as parcerias de Singapura com o governo do Reino Unido e institutos em França e na Austrália.
A região Ásia-Pacífico está a emergir como um importante centro de investigação e desenvolvimento em tecnologia quântica. Através de investimentos estratégicos, esforços colaborativos e um número crescente de atores-chave, a região poderá ocupar uma posição de liderança na competição quântica global nas próximas décadas. Este progresso não só impulsiona o avanço científico, mas também promete transformar indústrias e resolver desafios complexos em áreas como a criptografia, a simulação de materiais e a otimização de processos.