Linda Napolitano era uma mulher de meia-idade que residia no Baixo Manhattan quando, numa noite, se encontrou num lugar diferente sem ter qualquer lembrança de como lá tinha chegado. A situação tornou-se ainda mais enigmática quando, durante uma radiografia, os médicos descobriram algo estranho inserido cirurgicamente no seu corpo: seriam os extraterrestres os responsáveis?
Budd Hopkins, um investigador perito em casos deste tipo, rapidamente se interessou pelo caso. Reconhecido como uma autoridade em abduções extraterrestres, Hopkins frequentemente aparecia em programas de televisão a relatar os seus casos, aproveitando a atenção mediática. Ele submetia os seus pacientes a sessões de hipnose para desvendar a verdade por detrás destas abduções.
Hopkins defendia que os extraterrestres realizavam estudos sobre os seres humanos, observando os seus hábitos da mesma forma que os humanos estudam outras espécies. No entanto, tudo mudou a 30 de novembro de 1989, quando, em pleno Manhattan, Linda Napolitano foi novamente abduzida.
Existiam 23 testemunhas deste evento. Mas seria esta abdução genuína ou uma invenção destinada a atrair atenção mediática? “O Rapto Extraterrestre de Manhattan” é um documentário fascinante que explora este caso, complementado por uma proposta cinematográfica e estética igualmente intrigante.
Sobre o documentário
“O Rapto Extraterrestre de Manhattan” é cativante, independentemente de se acreditar ou não em abduções. É um caso real ou apenas um conto fictício? Assim, “O Rapto Extraterrestre de Manhattan” posiciona-se como um documentário e simultaneamente como uma narrativa fictícia. A fotografia e a ambientação da época contribuem para um documentário autêntico que, ao mesmo tempo, parece um falso documentário devido à forma como é filmado, atingindo o seu objetivo de gerar dúvida constante no espectador sobre a veracidade do que está a ver.
O documentário utiliza materiais da época e enfrenta continuamente o grande dilema: é isto real? Sim, os envolvidos questionam a verdade e estão conscientes disso. São frequentemente ridicularizados como “loucos” e, quando partilham as suas histórias, o público ri-se deles. Participam em programas de televisão que só procuram humilhar os seus convidados, transformando as abduções num fenómeno de escárnio, mas eles persistem.
O ponto alto do caso de Linda Napolitano é a existência de provas das abduções (sejam elas inventadas ou não, é precisamente isso que torna o documentário interessante). “O Rapto Extraterrestre de Manhattan” consegue utilizar todos estes elementos e oferece dramatizações ao estilo “X-Files” que jogam habilmente com o espectador, semeando a dúvida: há realmente provas concretas de uma abdução? Como é possível que, coincidentemente, os extraterrestres abduzissem precisamente uma paciente de Budd Hopkins?
A Netflix revisita este caso intrigante e apresenta-nos um documentário apaixonante que, filmado e editado com muita inteligência, explora o caso, semeia dúvidas e, sem esclarecer demasiado, nos envolve num enigma fascinante ao estilo de Fox Mulder.
Que desfrutem.
Onde assistir “O Rapto Extraterrestre de Manhattan”