Tate St Ives irá apresentar grande exposição da artista Emilija Škarnulytė

01/08/2025 4:03 AM EDT
Emilija Škarnulytė
Emilija Škarnulytė, Æqualia 2023. Courtesy of the artist. Commissioned by Canal Projects and the 14th Gwangju Biennale

Uma futura exposição na Tate St Ives apresentará o trabalho da artista e cineasta lituana Emilija Škarnulytė. A exposição irá explorar a prática de Škarnulytė, que funde métodos documentais com narrativas especulativas para investigar o tempo profundo, estruturas de poder invisíveis e a colisão entre mitologia e tecnologia.

O trabalho de Škarnulytė é frequentemente abordado na perspetiva de uma “arqueóloga do futuro”, que perscruta os vestígios do Antropoceno. Os seus filmes e instalações dão acesso a locais tipicamente ocultos do público, como bases militares da Guerra Fria, centrais nucleares desativadas e unidades de armazenamento de dados em alto-mar. Estes locais são enquadrados como relíquias de uma cultura humana cujos avanços tecnológicos produziram um legado de danos ambientais e perdas humanas. Nestas explorações, a artista apresenta-se, por vezes, como um híbrido mitológico — parte sereia, parte quimera — que navega por estes espaços carregados de significado.

A exposição incluirá obras que ligam o pessoal ao geopolítico. No filme Aldona (2013), Škarnulytė documenta a sua avó, cuja perda de visão é atribuída ao desastre nuclear de Chernobyl. O filme acompanha-a enquanto esta interage com uma coleção de estátuas descartadas da era soviética na Lituânia, traçando os contornos de um passado contestado. Esta obra ancora as preocupações temáticas mais vastas da artista num contexto íntimo e familiar.

Outra obra em destaque, Æqualia (2023), exemplifica o seu empenho na crítica ecológica e na criação de mitos. O filme, parte de uma trilogia recente, retrata a artista como uma entidade pós-humana a nadar na Bacia Amazónica. Ao filmar na confluência do Rio Solimões com o Rio Negro — um local tanto de maravilha natural como de extração industrial — Škarnulytė aborda a força destrutiva do capital na ecologia da região, invocando, ao mesmo tempo, a interação entre mito, tempo e realidade.

Um novo filme de 16 mm intitulado Telstar (2025), produzido durante uma residência artística nos Porthmeor Studios em St Ives, será também apresentado. Para esta obra, Škarnulytė explorou uma variedade de locais na Cornualha, desde menires e antas neolíticas até à Estação Terrena de Satélites de Goonhilly. O filme justapõe a história antiga ao otimismo tecnológico da era espacial, condensando vastos períodos de tempo numa única área geográfica.

A instalação na Tate St Ives será configurada como uma série de ambientes imersivos em grande escala. Serão utilizadas estruturas arquitetónicas para oferecer diversas perspetivas sobre os filmes, complementadas por esculturas de vidro e caixas de luz. A exposição é comissariada por Anne Barlow, diretora da Tate St Ives, e Dara McElligott, curadora adjunta. A mostra está agendada para o período de 6 de dezembro de 2025 a 12 de abril de 2026.

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