Sean Baker, conhecido pelo seu estilo único, surpreende-nos mais uma vez com “Anora”, uma comédia romântica que desafia todas as convenções do género. Esta obra-prima, merecedora vencedora da Palma de Ouro em Cannes, prova que ainda há espaço para inovação num género muitas vezes considerado previsível.
A história centra-se em Anora, uma stripper que aceita ser a namorada do filho de um bilionário russo por uma semana. O que começa como um acordo temporário rapidamente se transforma numa proposta de casamento, desencadeando uma série de eventos hilariantes e inesperados.
Baker consegue o impossível: criar uma comédia que se ri do próprio cinema enquanto nos oferece uma história de amor genuína e comovente. O filme quebra todas as regras do guião tradicional, com cenas aparentemente aleatórias que, surpreendentemente, se encaixam na perfeição. A naturalidade quase anti-cinematográfica das situações torna a experiência ainda mais envolvente.
No centro de tudo está Mikey Madison, cuja interpretação de Anora é simplesmente brilhante. Madison navega com destreza entre momentos de comédia pura, vulnerabilidade tocante e força inesperada. É uma atuação que certamente marcará um ponto de viragem na sua carreira.
O elenco secundário também merece destaque, especialmente Yuriy Borisov, que transforma um personagem inicialmente apresentado como vilão num galã improvável e cativante.
“Anora” é uma lufada de ar fresco no panorama cinematográfico atual. Com uma direção meticulosa, um guião inteligente e atuações memoráveis, o filme consegue ser simultaneamente hilariante e comovente, original e familiar.
A Palma de Ouro em Cannes não poderia ter ido para um filme mais merecedor. “Anora” não é apenas uma excelente comédia romântica; é uma celebração do cinema e da sua capacidade de nos surpreender e emocionar.
Se procura um filme que o faça rir, pensar e, quem sabe, até chorar um pouco, não procure mais. “Anora” é, sem dúvida, uma experiência cinematográfica imperdível.
O elenco