Ao passar pelo rádio nesta época festiva, é provável que se depare com um dos muitos êxitos intemporais do lendário George Michael. Tragicamente, a icónica superestrela da pop faleceu no dia de Natal de 2016 com apenas 53 anos, mas a sua música continua viva e a ser redescoberta pelas novas gerações. Para aqueles que atingiram a maioridade na década de 1980, o cantor britânico foi a banda sonora dos seus anos de formação, com uma impressionante série de singles no topo das tabelas e álbuns de sucesso. Com uma carreira de quatro décadas, George Michael estabeleceu-se como um dos artistas a solo mais bem sucedidos do seu tempo, com um legado musical que moldou uma era. Nesta época festiva, reserve um momento para recordar a vida e a carreira do incomparável George Michael.

Os primeiros anos de George Michael e a sua ascensão à fama

George Michael
George Michael. Depositphotos

George Michael começou a sua lendária carreira musical ainda muito jovem. Nascido Georgios Kyriacos Panayiotou em Londres, Inglaterra, formou o duo pop Wham! em 1981, com apenas 17 anos de idade. Juntamente com Andrew Ridgeley, a dupla lançou o seu primeiro álbum “Fantastic” em 1983, que foi diretamente para o primeiro lugar no Reino Unido.

As canções pop cativantes e a imagem divertida e despreocupada dos Wham! cativaram o público. Êxitos como “Wake Me Up Before You Go-Go” e “Careless Whisper” ajudaram a estabelecer o superestrelato pop de Michael. Em 1986, Michael lançou o seu primeiro álbum a solo, “Faith”, que chegou ao topo das tabelas mundiais e ganhou o Grammy para Álbum do Ano. Isto marcou o fim dos Wham! e Michael prosseguiu a sua carreira a solo.

Ao longo do final dos anos 80 e dos anos 90, Michael lançou vários outros álbuns e singles de sucesso, incluindo “I Want Your Sex”, “Freedom! ’90” e “Too Funky”. O seu talento e alcance vocal abrangiam os géneros pop, rock, R&B e música de dança. Na década de 2000, Michael continuou a fazer digressões e lançou o álbum “Patience”, aclamado pela crítica.

Tragicamente, George Michael faleceu no dia de Natal de 2016, com apenas 53 anos de idade, mas o seu impressionante legado musical continua vivo. Com mais de 115 milhões de discos vendidos em todo o mundo, Michael foi um dos artistas musicais mais vendidos de todos os tempos. Os seus hinos pop intemporais e as suas baladas cheias de alma granjearam-lhe um público devoto que recordará para sempre a sua bela voz, as suas canções e o seu espírito.

A sua carreira a solo e o seu estatuto de ícone gay

Como artista a solo, George Michael produziu cinco álbuns de estúdio, vendendo mais de 100 milhões de discos em todo o mundo e assegurando o seu estatuto de ícone pop.

  • O seu primeiro álbum a solo, Faith (1987), foi um enorme sucesso comercial e de crítica, tendo ganho o Grammy para Álbum do Ano. Incluía êxitos como a faixa-título “Faith”, “Father Figure” e “One More Try”. O provocante videoclip de “I Want Your Sex” foi proibido por muitas estações de televisão, demonstrando a vontade de Michael de ultrapassar os limites criativos.
  • Listen Without Prejudice Vol. 1 (1990) adoptou uma orientação mais política, explorando temas de fama e individualidade. Embora menos bem sucedido comercialmente, foi elogiado pela crítica e inclui o êxito “Freedom! ’90.”
  • A batalha legal de Michael com a Sony Music sobre o seu contrato de gravação e o desempenho comercial dos álbuns subsequentes levou a uma quebra na sua carreira, mas ele continuou a gravar e a fazer digressões periódicas.

Para além dos seus êxitos musicais, Michael tornou-se um ícone para a comunidade LGBT, tendo sido um dos primeiros artistas de renome a assumir-se como gay. A sua coragem, talento e capacidade de espetáculo inspiraram gerações. Embora tenha mantido a sua sexualidade privada durante grande parte da sua carreira, Michael foi um defensor declarado dos direitos LGBT e da investigação sobre a SIDA. O seu falecimento no dia de Natal de 2016 foi lamentado em todo o mundo, mas as suas canções intemporais e o seu impacto na cultura popular perduram.

A impressionante carreira a solo e a vida pessoal de Michael estabeleceram-no como um artista pioneiro que ultrapassou as fronteiras sociais e redefiniu o estrelato pop nos seus próprios termos. A sua memória como defensor vocal do amor, da liberdade e dos direitos humanos merece ser honrada e celebrada.

Filantropia e ativismo

George Michael não era apenas um músico talentoso, mas também um generoso filantropo e ativista. Ao longo da sua vida, doou muito do seu tempo e dinheiro a instituições de caridade e causas em que acreditava.

Donativos de caridade

George Michael doou milhões de libras a instituições de caridade durante a sua vida. Alguns dos principais beneficiários da sua generosidade incluem:

  • Terrence Higgins Trust, uma instituição de caridade para o VIH/SIDA. Doou as receitas de “Don’t Let the Sun Go Down on Me” em 1991 e de “Jesus to a Child” em 1996.
  • Macmillan Cancer Support. O cantor cedeu à instituição de caridade os direitos do seu álbum de 1996, “Older”, que angariou mais de 2 milhões de libras.
  • Childline, uma linha de apoio a crianças e jovens. Doou os direitos de autor de “Careless Whisper” e “Last Christmas”, que ascenderam a mais de 1,5 milhões de libras.

Ativismo político

George Michael foi também um ativista assumido que lutou por causas como os direitos LGBT e a oposição à política externa do Reino Unido. Alguns exemplos:

  • Criticou a ignorância de Margaret Thatcher e Ronald Reagan em relação à epidemia de SIDA na década de 1980.
  • Protestou contra a guerra do Iraque lançando a canção “Shoot the Dog” em 2002, que satirizava Tony Blair e George W. Bush.
  • Defendeu os direitos dos homossexuais e foi um dos primeiros defensores do casamento entre pessoas do mesmo sexo. No entanto, enfrentou reacções negativas quando se assumiu gay em 1998, depois de ter sido preso por se envolver num “ato obsceno” numa casa de banho pública.

Através da sua música e do seu trabalho de beneficência, George Michael tocou a vida de muitas pessoas em todo o mundo. O seu espírito generoso e a sua vontade de defender aquilo em que acreditava tornaram-no uma inspiração. Embora a sua vida tenha sido interrompida, o impacto da sua filantropia e ativismo perdurará.

Actuações e colaborações memoráveis

Duetos e colaborações icónicas

Ao longo da sua ilustre carreira, George Michael trabalhou com alguns dos maiores nomes da música. Em meados da década de 1980, o dueto de Michael com Aretha Franklin, “I Knew You Were Waiting (For Me)”, chegou ao topo das tabelas de todo o mundo. As suas vozes cheias de alma e o seu ritmo de ida e volta criaram uma canção inesquecível que juntou dois cantores poderosos de géneros diferentes.

Outra colaboração memorável foi o dueto de Michael com Elton John, “Don’t Let the Sun Go Down on Me”. Quando Michael convidou John a subir ao palco durante o seu concerto de 1991 no Estádio de Wembley para interpretar a canção, o público foi ao rubro. A gravação dessa atuação ao vivo foi lançada como single e alcançou o primeiro lugar na tabela de singles do Reino Unido.

  • “As” – George Michael e Mary J. Blige
  • “If I Told You That” – George Michael e Whitney Houston
  • “This Is Not Real Love” – George Michael e Mutya Buena dos Sugababes

Espectáculos de cortar a respiração

Michael era conhecido pela sua presença enérgica e carismática em palco. Os seus espectáculos eram extravagâncias pop altamente produzidas e cheias de estilo, com efeitos especiais, coreografias e mudanças de roupa. Duas das suas actuações mais emblemáticas foram no “Concert for Life” em 1992, realizado no Estádio de Wembley para angariar fundos para a investigação da SIDA, e nas cerimónias de encerramento dos Jogos Olímpicos de verão de 2012 em Londres.

No Concerto para a Vida, Michael actuou de forma entusiasta, incluindo “Freedom! ’90” e “Somebody to Love”, demonstrando o seu poder vocal e o seu espetáculo. O público de mais de 72.000 pessoas cantou, acenou com as mãos no ar e iluminou Wembley com milhares de isqueiros e lanternas, criando um espetáculo e uma atmosfera inesquecíveis.

A atuação de Michael na cerimónia de encerramento dos Jogos Olímpicos de 2012 electrizou o mundo. Ele subiu ao palco e cantou “Freedom! ’90” e um dueto de “White Light” com os Kaiser Chiefs. Apesar de alguns terem criticado a sua aparência no início da sua carreira, Michael estava de volta à sua melhor forma, mais feliz e mais saudável. A sua atuação foi um final adequado para os jogos e uma última aparição comovente no palco mundial.

O seu legado e influência duradouros

Música intemporal

George Michael produziu música pop intemporal que atravessou décadas. Êxitos como “Faith”, “Freedom ’90” e “Careless Whisper” ainda hoje são imediatamente reconhecíveis. O seu impressionante alcance vocal, as letras cheias de alma e as melodias cativantes permitiram que a sua música resistisse ao teste do tempo. Gerações continuam a ligar-se e a encontrar significado nas suas canções profundamente pessoais.

Advocacia e filantropia

Para além dos seus talentos musicais, George Michael era também um defensor declarado das causas em que acreditava. Foi um dos primeiros apoiantes dos direitos LGBTQ+ e doou as receitas de “Don’t Let the Sun Go Down on Me” a instituições de solidariedade para o VIH/SIDA. Também contribuiu com grandes somas anonimamente para instituições de caridade que ajudavam crianças desfavorecidas e apoiavam a investigação e o tratamento do cancro da mama. A sua generosidade silenciosa demonstrava a sua compaixão e o desejo de utilizar a sua plataforma para promover mudanças positivas.

Influência nos artistas contemporâneos

O estilo e o som característicos de George Michael influenciaram os artistas pop contemporâneos. A sua vontade de abordar questões sociais na sua música e de ultrapassar os limites da criatividade inspirou os músicos a utilizarem a sua arte como meio de expressão e ativismo. Os ecos do seu estilo musical são evidentes em artistas como Sam Smith, que citou George Michael como uma influência fundamental. O seu impacto duradouro na cultura da música pop solidifica o seu estatuto de ícone que moldou o curso da pop moderna.

Décadas após a sua ascensão à fama, a música intemporal, a filantropia e a defesa de George Michael continuam a inspirar novas gerações. Embora a sua vida tenha sido tragicamente interrompida, o seu legado duradouro perdura através das suas canções significativas e das suas boas acções. Os seus enormes contributos para a cultura musical pop e para a defesa dos direitos humanos não serão esquecidos. A paixão de George Michael pela criatividade, individualidade e direitos humanos fez dele uma lenda que continuará a influenciar a música e a sociedade nos próximos anos.

Ao refletir sobre as imensas contribuições de George Michael para a música, o seu falecimento recorda-nos a natureza fugaz da vida e da fama. Embora a dor da perda possa desaparecer, as suas canções intemporais e o seu impacto na cultura pop viverão eternamente. Embora a sua vida tenha sido encurtada, o legado que deixa é de coragem, individualidade e génio criativo. A sua música e a sua defesa deram voz a grupos marginalizados numa altura em que isso ainda era tabu. O mundo está um pouco mais sombrio sem a sua presença, mas o céu ganhou um anjo com uma voz para a eternidade. A memória de George Michael vive em todos nós, que encontrámos significado nas suas canções e fomos movidos pela sua convicção de espalhar o amor, a aceitação e a compreensão. A sua vida serve de inspiração e de lembrete para sermos corajosos, permanecermos fiéis a nós próprios e usarmos os nossos talentos para fazermos uma diferença positiva no mundo. A lenda de George Michael perdurará.

Share.

Notícias sobre música, concertos, grupos e eventos em todo o mundo relacionados com o mundo da música.
Responsável pela Secção de Música: Alice lange

Deixar uma resposta