Amostras do Asteroide Bennu Revelam Componentes Essenciais para a Vida

Peter Finch
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In this video frame, Jason Dworkin holds up a vial that contains part of the sample from asteroid Bennu delivered to Earth by NASA's OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification, and Security – Regolith Explorer) mission in 2023. Dworkin is the mission's project scientist at NASA's Goddard Space Flight Center in Greenbelt, Maryland. Credit: NASA/James Tralie

A NASA divulgou recentemente os resultados das análises das amostras recolhidas do asteroide Bennu pela sonda OSIRIS-REx (Origins, Spectral Interpretation, Resource Identification and Security–Regolith Explorer). Estas descobertas, publicadas nas revistas científicas Nature e Nature Astronomy, fornecem novas perspetivas sobre a possível origem da vida no nosso sistema solar.

As amostras de rocha e poeira do asteroide Bennu contêm moléculas que, no nosso planeta, são fundamentais para a vida. Os cientistas identificaram 14 dos 20 aminoácidos utilizados pelos organismos terrestres para formar proteínas, bem como as cinco bases nucleicas essenciais para o armazenamento e transmissão de informação genética em biomoléculas complexas como o ADN e o ARN.

Além disso, as amostras apresentaram uma abundância excecional de amoníaco, uma substância importante para a biologia devido à sua capacidade de reagir com o formaldeído, também detetado nas amostras, para formar moléculas complexas como aminoácidos, sob condições adequadas.

Os investigadores também descobriram evidências de um ambiente aquoso antigo no asteroide. Foram identificados vestígios de 11 minerais que se formam à medida que a água contendo sais dissolvidos evapora ao longo de longos períodos. Esta descoberta sugere a presença de salmouras semelhantes às detetadas noutros locais do sistema solar, como o planeta anão Ceres e a lua de Saturno, Encélado.

Estas descobertas não provam a existência de vida, mas sugerem que as condições necessárias para o seu surgimento eram comuns no início do sistema solar. Isto aumenta a probabilidade de que a vida possa ter-se formado noutros planetas e luas.

Os cientistas enfatizam que estas amostras prístinas, recolhidas diretamente no espaço, fornecem informações que não seriam possíveis obter através do estudo de meteoritos que caem na Terra, uma vez que estes são contaminados e alterados pela atmosfera terrestre.

Apesar das respostas fornecidas pelas amostras de Bennu, algumas questões permanecem. Por exemplo, os aminoácidos encontrados nas amostras apresentam-se em quantidades iguais nas suas versões “esquerdas” e “direitas”, enquanto a vida na Terra utiliza quase exclusivamente a variedade “esquerda”. O motivo desta preferência continua a ser um mistério.

A missão OSIRIS-REx, gerida pelo Centro de Voo Espacial Goddard da NASA, continua a fornecer dados valiosos que ampliam a nossa compreensão sobre as origens do sistema solar e o potencial para a vida além da Terra. Estas descobertas reforçam a importância das missões de retorno de amostras e abrem caminho para futuras investigações sobre a possibilidade de vida noutros corpos celestes.

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