Hubble Revela Jovens Estrelas a Moldar o seu Ambiente na Nebulosa de Órion

Peter Finch
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This NASA/ESA Hubble Space Telescope image features the nearest star-forming region to Earth, the Orion Nebula (Messier 42, M42), located some 1,500 light-years away. ESA/Hubble, NASA, and T. Megeath

O Telescópio Espacial Hubble, uma colaboração entre a NASA e a ESA, capturou recentemente imagens fascinantes que nos permitem espreitar os recantos empoeirados da região de formação estelar massiva mais próxima da Terra: a Nebulosa de Órion.

Situada a apenas 1.500 anos-luz de distância, a Nebulosa de Órion é visível a olho nu, brilhando abaixo das três estrelas que formam o “cinturão” da constelação de Órion. Esta nebulosa é o berço de centenas de estrelas recém-nascidas, incluindo as protagonistas desta nova imagem: as protoestrelas HOPS 150 e HOPS 153.

Estas jovens estrelas em formação receberam os seus nomes do Herschel Orion Protostar Survey, um estudo realizado com o Observatório Espacial Herschel da ESA. A HOPS 150, visível no canto superior direito da imagem, revela-se como um sistema binário onde duas protoestrelas orbitam uma à outra. Cada uma destas estrelas em formação está envolta por um pequeno disco de poeira, do qual continuam a acumular material, crescendo no processo.

Um detalhe intrigante é a linha escura que corta o brilho intenso destas protoestrelas. Esta estrutura é, na verdade, uma nuvem de gás e poeira que está a cair sobre o par de protoestrelas. Para termos uma ideia da sua dimensão, esta nuvem é mais de 2.000 vezes mais larga que a distância entre a Terra e o Sol.

Baseando-se na quantidade de luz infravermelha emitida pela HOPS 150, em comparação com outros comprimentos de onda, os astrónomos concluíram que estas protoestrelas estão a meio caminho de se tornarem estrelas maduras.

Do lado esquerdo da imagem, estende-se um jato estreito e colorido. Este fluxo de material provém da protoestrela vizinha HOPS 153, que está fora do enquadramento da imagem. A HOPS 153 é significativamente mais jovem que a sua vizinha, encontrando-se ainda profundamente envolta na sua nebulosa de nascimento e encoberta por uma nuvem densa e fria de gás. Embora o Hubble não consiga penetrar este gás para observar diretamente a protoestrela, o jato emitido pela HOPS 153 é claramente visível, abrindo caminho através do gás e poeira circundantes da Nebulosa de Órion.

A transição de protoestrela firmemente envolta para estrela plenamente formada terá um impacto dramático no ambiente da HOPS 153. À medida que o gás cai sobre a protoestrela, os seus jatos expelem material e energia para o espaço interestelar, esculpindo bolhas e aquecendo o gás circundante. Este processo de agitação e aquecimento do gás próximo pode regular a formação de novas estrelas na vizinhança e até mesmo retardar o próprio crescimento da HOPS 153.

Estas observações do Hubble proporcionam-nos uma janela única para os estágios iniciais da formação estelar. Ao estudar objetos como HOPS 150 e HOPS 153, os astrónomos podem aprofundar a nossa compreensão sobre como as estrelas nascem, crescem e influenciam o seu ambiente. Este conhecimento é fundamental para desvendar os mistérios da evolução galáctica e, em última análise, a nossa própria origem cósmica.

À medida que o Telescópio Espacial Hubble continua a revelar as maravilhas do nosso universo, ficamos cada vez mais conscientes da complexidade e beleza dos processos que moldam as estrelas e galáxias. Cada nova imagem e descoberta não só expande o nosso conhecimento científico, mas também nos inspira a continuar explorando os segredos do cosmos.

Credit: NASA

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